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Conheça de Perto: Isac de Carvalho

Depois de uma época de muito trabalho onde os seus golos, e grandes exibições, ajudaram o clube a lutar até as últimas jornadas pelo título e a conquistar a Taça de Moçambique, vamos conhecer de perto: Isac de Carvalho!

Numa breve conversa, vamos passar em revista o passado, presente e o futuro do avançado canarinho que foi o melhor marcador da equipa na temporada 2017, e que foi decisivo na final da Taça ao apontar o único golo que deu o troféu ao clube dez anos depois da última conquista.

Quem é Isac de Carvalho, Lembra-se dos primeiros toques na bola em Nampula? Claro já agora antes de começar, só agradecer essa oportunidade de falar da minha carreira, enquanto jogador de futebol, e estou grato também a ti por estares aqui e tratarmos sobre tudo isto que envolve o meu nome. Isac é um rapaz que nasce em Nampula, começa a jogar futebol em 2000. Primeiro vamos jogando no bairro com amigos, na rua de casa, mas entra para o futebol federado nas portas do Benfica de Nampula, começa lá nos infantis, e faz toda a formação no Benfica de Nampula, sobe aos seniores em 2006, e naturalmente algumas boas exibições começam a despertar os olhares de algumas equipas grandes e sou contratado pela porta do Desportivo de Maputo e aí começa toda essa história.

Quando começou a dar os primeiros toques na bola em Nampula tinha como objectivo ser um jogador profissional? Se eu dissesse que sim agora, talvez estaria a enganar-me, mas quando agente vai crescendo, quando agente vai observando melhor o futebol e quem está ao nosso redor e quem está numa equipa federada, ai sim começa aquela vontade de ser alguém no futebol começas a ter ídolos, começas a ver pessoas em quem te inspirar, mas obviamente que no inicio não tinha essa noção de ser um profissional de futebol.

O avançado que tem deliciado os adeptos canarinhos com muitos golos, diz que a sua passagem pelos alvi-negros foi uma bênção, pois teve a oportunidade de jogar numa equipa que possuía grandes nomes do futebol nacional.

Como correu a tua passagem pelo Desportivo de Maputo, um clube histórico do futebol moçambicano? Foi muito boa, Desportivo é que me abre as portas, e quando eu estava em Nampula o Desportivo estava muito forte e todo jovem sonhava em jogar numa equipa com muitos bons nomes, com ídolos, inclusive com grandes jogadores, o Dominguez, Maurício, Micas, Carlitos, grandes jogadores do futebol nacional. E naturalmente tive aquela curiosidade de olha quem sabe um dia estar numa equipa com esta dimensão, e foi o que aconteceu, acho que foi uma bênção.

Convidado a abordar a sua curta passagem pela Liga Desportiva de Maputo, Isac de Carvalho, apontou a qualidade dos jogadores que na altura compunham o plantel o facto da equipa muçulmana, facto que não o permitiu ter espaço para exibir as suas qualidades.

A tua passagem pela Liga Desportiva de Maputo, porquê foi curta? De uma forma simples vou responder essa pergunta, a Liga Muçulmana na altura tinha os melhores jogadores do país, e cada um dava o melhor de si, e a Liga tinha muitas opções e na minha posição inclusive que sou atacante/extremo também na altura era quase difícil e com a minha idade, foi um momento muito complicado, mas tendo nocao de que sou um jogador que não gosta de se aconchegar, não sendo opcao na Liga achei que era o momento de me afastar e procurar uma equipa que tivesse mais oportunidades, e foi isso que eu fiz.

Depois de uma passagem menos conseguida pela zona do Hanhane na Matola C, Isac de Carvalho, regressa a baixa da cidade não para o Desportivo de Maputo, mas sim para outro histórico do futebol moçambicano, o Maxaquene. E o atacante assume que é nos tricolores onde aparece o IC10 que faz as redes adversárias balançarem mais vezes.

Depois da Liga vai ao Maxaquene, um clube histórico do futebol moçambicano. Acha que é Maxaquene que Isac explode? Se quisermos considerar, um Isac que privilegia muito os números, os golos, eu acho que é por ai, eu explodi no Maxaquene, porque começo a fazer golos até porque encontro um treinador adapta-me a uma nova posição, porque as pessoas que me acompanharam desde o inicio sabem que eu era um extremo e não um avançado. E chego ao Maxaquene encontro o mister Chiquinho, dá-me outra visão de como posso jogar numa outra posição que foi avançado, e neste caso tudo deu certo e comecei a fazer golo, e acho que nesta perspectiva sim é no Maxaquene que Isac dá o salto mais alto da carreira.

Depois de termos recuado no tempo, precisamente para o ano 2000, que marcou o país pela negativa devido as cheias que fustigaram esta pérola do Índico, mas para Isac foi o inicio de uma carreira que está a ser coroada com muitos golos, passando agora a falar do presente do novo camisola dez dos canarinhos.

Acaba de chegar ao glorioso Clube de Desportos da Costa do Sol. Acha que traiu os adeptos do Maxaquene? Não. Quem está no futebol sabe que a palavra traição não existe se quisermos colocar as coisas na lógica. É o mundo profissional, há contratos envolvidos, se um contrato chega ao fim obviamente não podes ajoelhar-te a um clube e dizer eu tenho que continuar. Se o clube ainda mais te abre as portas, para tu saíres muito mais ainda, eu não acho que tenha nada haver com traição, as pessoas que estão envolvidas na estrutura do Maxaquene sabem que o contrato chegou ao fim, tinha renovado por mais um ano mas de uma forma estranha, não sei porquê o contrato não foi validado e sai do Maxaquene na porta da frente, as pessoas sabem disso, e os adeptos se calhar não tenham a noção do que acontece lá em termos burocráticos, mas sai na porta da frente porque as pessoas do Maxaquene entenderam que tinha chegado o momento de fazer uma nova estrutura da equipa, por acaso saiu mais do que 80% dos jogadores, acho que foi um desinvestimento, eu acho que as pessoas do Maxaquene entendem que era o momento de reaverem o plantel e foi isso que aconteceu nada ver contrição.

A organização e o projecto apresentado pelo Clube de Desportos da Costa do Sol, foram as coisas que "aliciaram" o avançado e o "ajudaram a encher-se de coragem" para deixar o Maxaquene e "atravessar" as sempre difíceis e perigosas barreiras da baixa rumo a praia.

Qual foi a motivação que o fez deixar as barreiras da baixa e vir a praia da Costa do Sol? O projecto do Costa do Sol foi muito claro, e percebe-se pela época que nós fizemos, é um clube grande tem história, é organizado e deu-me oportunidade e porque não? Perguntei-me, vim para aqui, e nem tudo correu bem, nós quando acabamos um ciclo assim desta forma como nós acabamos, as vezes temos o entendimento de que tudo correu, mas houveram momentos maus, tristes, mas como já tinha dito olha quando se acaba bem no futebol tudo fica a mil maravilhas.

A época 2017 foi dura e longa, não começou da melhor maneira, como conseguiram da a volta por cima? Como tu sabes, tu estiveste aqui neste período todo. Nós não começamos bem, tivemos noção disso logo no inicio, também tivemos a percepção de que haviam coisas por corrigir, e tínhamos que gerir os nossos egos porque uma equipa que tem muitos bons jogadores, a questão do relacionamento de um para com o outro é algo difícil, quando sentamos e unimos as forças, acho que nós tornamos mais fortes, e foi o que aconteceu, conseguimos equilibrar as nossas emoções, fomos atrás daquilo que queríamos, foi difícil, mas graças a Deus conseguimos.

Numa temporada difícil, que começou mal, o técnico Nelson Santos foi duramente criticado, e em alguns momentos os adeptos pediram a sua cabeça, mas no fim acabou por ser idolatrado, ou seja, passou de vilão a herói.

Isac de Carvalho disse que foi bom trabalhar, com o jovem treinador português, e que o mesmo tinha uma excelente relação com todos jogadores do clube canarinho. O avançado afirma que o treinador é muito exigente e que muitos atletas não conseguem adaptar-se a essas exigências. O atacante descreve Nelson Santos como uma pessoa competente.

O avançado ainda afirmou que a equipa falhou a conquista do titulo, porque teve um adversário a altura, e que foi muito regular ao longo da temporada. Quando questionado sobre o novo treinador dos canarinhos para a próxima época, Isac disse que não podia falar muito sobre o argentino, porque não o conhece perfeitamente, mas acredita que vai ajudar o Costa do Sol a alcançar os seus objectivos.

Muitos consideram-te o melhor avançado moçambicano da actualidade, qual é a tua reacção? Não sei falar de mim mesmo, é bastante difícil, o que posso dizer é que trabalho bastante, e este ano se calhar…se calhar porque tive uma época idêntica no Maxaquene, foi a melhor época e acaba depois com um jogo enfim muito bom que não me vai sair da memoria tão já, e enfim eu faço o meu trabalho, tento dar o melhor de mim em cada jogo, em cada treino...(…), quanto a mim sinto que Moçambique tem bastantes bons avançados, o que tento fazer é a minha parte e esperar para que as pessoas comentem, eu acho que futebol é assim.

Isac acredita que se fosse chamado mais vezes a selecção nacional, podia ajudar o conjunto de todos nós, a superar as dificuldades que tem enfrentado. O ponta de lança garante que trabalha arduamente para estar num bom nível e ser chamado para vestir a camisola dos Mambas e ajudar a conquistar vitória.

O atacante disse que o ano de 2018, tem de ser da sua afirmação no combinado nacional que é orientado pelo antigo internacional português Abel Xavier, que na sua opinião deve renovar por mais dez anos com a Federação Moçambicana de Futebol.

IC10 afirmou que a selecção nacional possui jogadores fantásticos e um grupo coeso, por isso acredita que os Mambas têm chances de garantir um lugar no campeonato africano das nações que terá lugar nos Camarões em 2019, e que a vitória na jornada inaugural na casa de um adversário difícil e favorito ao primeiro lugar, serve de um verdadeiro balão de oxigénio para o que resta desta fase de qualificação.

Porque sonhar não é proibido, e nem paga imposto, questionamos ao avançado se acredita que os Mambas podem marcar presença numa fase final de um campeonato do Mundo de futebol, e a resposta foi positiva:

Obviamente que é difícil, mas com o valor dos jogadores que temos e com o trabalho dos empresários que estão a conseguir lançar jogadores para fora e dar mais condições de profissionalismo ao mais alto nível e o Moçambola está a crescer, eu acho que é possível – disse Isac.

O homem que teve um papel fundamental na conquista da Taça de Moçambique, ao apontar o golo que deu a vitória aos canarinhos, afirmou que o Moçambola 2018 será muito difícil.

2018 está ai a porta, muitos clubes estão a reforçar-se, como antevês o próximo Moçambola? O próximo campeonato é sempre o mais difícil, porque o que já passou já passou. E vendo e quando eu me ligo um pouco as notícias, e as novidades do futebol moçambicano percebo que a época que vem vai ser bastante difícil. Temos aqui as nossas exigências, levantamos a fasquia, está bastante alta, as pessoas vão nos cobrar por isso, temos noção disso por isso, vamos trabalhar para dignificar o nome deste grande clube.

Porque o clube canarinho vai disputar as afrotaças no próximo ano, o avançado defende que a equipa não devia estar de férias, porque os possíveis adversários estão em competição, como também defende que o nosso campeonato devia começar em Agosto e terminar em Maio, tal como os outros, para quando chegarem as eliminatórias das afrotaças estarmos em igualdade de circunstâncias.

As afrotaças são uma competição difícil mas prestigiante. Estas excitado para jogar nesta competição? Bastante, por acaso nem sei se deveríamos não se numa altura destas tínhamos que estar de férias por completo porque as outras equipas estão a competir e nós estamos sentados, e isso certamente cobra-se no futebol. Eu acho que tinha que se criar uma forma de os clubes de os clubes manterem os seus atletas no activo, de uma ou de outra forma não sei como… quem é de direito devia pensar como enrolar isto e termos jogadores mais competitivos quando inicia o ano.

Isac de Carvalho felicitou os jogadores, dos Iniciados e Juvenis que conquistaram os seus respectivos campeonatos. E aconselhou os pequenos campeões a continuarem a trabalhar para dignificar o nome do Costa do Sol.

Se calhar não se novidade para ninguém, mas questionamos ao ponta de lança, qual é o jogador que ele admira no mundo do futebol, e a resposta foi a que já esperávamos.

Qual é o jogador que admira? Eu acho que todos já começam a ter essa noção de que idolatro de alguma forma, se calhar só deve-se idolatrar só a Deus, mas o Cristiano Ronaldo é aquele que eu vejo e digo olha, eu quero fazer isto, quero ser desta forma, quero trabalhar desta forma tanto a nível profissional dentro de campo, tanto fora é um exemplo para todos jogadores que com o trabalho bem desenvolvido, com empenho e dedicação, é possível chegar ao topo.

O que gostaria de dizer aos adeptos do Costa do Sol? Que estivessem nessa causa connosco, apoiassem a equipa. Este ano não posso queixar-me muito mas muito dos jogos ficamos com metade da casa, e com o trabalho que nós fizemos, acho que a casa devia estar mais cheia… portanto queria pedir aos adeptos para que estivessem connosco nessa causa e lutassem connosco.

Autor Feliz Mangane @ Folha de Maputo