Sorrimos de felicidade e prometemos trabalhar mais para alcançar os desafios lançados pelo Sérgio Macuácua na rubrica Cogitações&Ilações do Jornal Desafio de 14 de Janeiro de 2019. Leia na integra em baixo. O Sol vai brilhar em 2019!

H á quem um dia disse que as “boas ideias não têm cores partidárias” e eu acrescento: “as boas atitudes também”. E porque estamos no âmbito desportivo, vale a pena dizer que “as boas ideias e atitudes não têm cores clubísticas”.

De 2017 a esta parte o Costa do Sol adoptou uma impressionante estratégia de comunicação com os seus sócios, adeptos, órgãos de informação e público em geral, pelo menos na nossa realidade, caracterizada por clubes geralmente fechados em copas e muito desfasados do século em que vivemos (XXI).

De há dois anos a esta parte as informações (desportivas, claro) sobre o Costa do Sol são públicas e partilhadas na hora no website e na conta oficial do clube na rede social facebook. Desde as contratações, dispensas, deslocações, estágios, férias, competições ou jogadores que são convocados à Selecção Nacional de Futebol, assim como o seu desempenho e minutos de utilização ao serviço da equipa de todos nós, os “Mambas”.

Toda esta informação disponibilizada a tempo e horas evita, e muito, especulações e acusações sem nexo, que não raras vezes temos assistido no nosso desporto. A vida desportiva “canarinha” é pública, sobretudo a futebolística, que sem desprimor pelas restantes modalidades é que mais interessa ao grande público.

Para a temporada 2019 é público que o Costa do Sol quer (ou já tem) um plantel de 24 jogadores e todos devidamente identificados, sem necessidades de gincanas. É público que tem cinco reforços, entre eles alguns regressados e um defesa central brasileiro. É público que falhou as contratações do avançado Maninho (Ferroviário da Beira) e do extremo liberiano Prince e que está à procura de um outro no mercado. É público que estará na África do Sul, desde hoje, a cumprir um estágio de sensivelmente 11 dias, é igualmente público que contratou Victor Mayamba para adjunto de Horácio Gonçalves, em substituição de Jossias.

As boas ideias não têm cores clubísticas.

O Costa do Sol tem vindo a dar lições daquilo que é a importância da comunicação para uma organização, no caso um clube desportivo. Tem vindo a dar lições da importância de uma rede social e, acima de tudo, de um website. Temos visto um e outro clube na praça com website e conta na rede social facebook (a mais utilizada entre nós) mas sem informações relevantes e/ou sempre desactualizadas, ou seja, mesmo com estes meios de comunicação os clubes a que nos referimos continuam fechados em copas, a sete chaves.

Nós, como órgão de informação, como jornal especializado em desporto, agradecemos o gesto do Costa do Sol e apelamos que os outros clubes sigam o exemplo, porque, como adiantámos, as boas ideias não têm cores clubísticas. É impressionante a forma como os nossos clubes se fecham, sobretudo nesta altura de abertura de mercado, com a temporada-2019 à espreita. Clubes evitam até anunciar o óbvio, ou seja, que contratam ou contrataram o jogador X e dispensam ou dispensaram o atleta Y. É grave com o Costa do Sol, mas alguns, muito poucos, excepção.

O mais importante no trabalho da imprensa neste período é saber quem vai para onde e por quanto tempo. Não precisa saber dos valores envolvidos nem do salário e prémios que o atleta irá auferir mensalmente. Os clubes (os nossos) não percebem que quanto mais abertos forem estão mais expostos a patrocínios, apoios, pois dar informação é uma estratégia de marketing e relações públicas. Os clubes não percebem que abertos ficam mais sintonizados com a sua massa associativa. Não percebem que evitam tumultos que muitas das vezes são provocados por falta de informações claras sobre determinados assuntos. Os clubes não percebem que abertos e transparentes facilmente podem ser levantados quando passarem por períodos de fel. Enfim, os nossos clubes devem mudar de postura.

Avante “canário”! Que os outros sigam o exemplo.

Ao Costa do Sol falta projectar, num dia de cada semana de trabalho, durante o Moçambola ou nas eliminatórias da Taça de Moçambique, os jogos em conferências de Imprensa, como acontece noutras latitudes. Avante “canário”! Que os outros sigam o exemplo.

PS: Há um clube que normalmente luta pelos lugares cimeiros no Moçambola mas que em 2019 lutará meramente pela manutenção devido a problemas financeiros. Será que os adeptos estão devidamente balizados dessa crise financeira e desses novos paradigmas do clube?