A festa que Nelson Santos tanto prometera no inicio da época, que seria em Novembro, foi antecipada para este mês, aliás o próprio tratou de afirmar na semana passada que já não seria em Novembro, mas sim em Outubro que o canário faria a festa.

O "profeta" Nelson, talvez segredado pelos seus Santos, acertou e o Costa do Sol voltou a festejar a conquista de um troféu de dimensão nacional dez anos depois de ter saboreado a última vitória.

Na noite deste sábado, os canarinhos levaram para a sua sala de troféus, a sua decima segunda Taça de Moçambique, depois de derrotarem na final a União Desportiva do Songo por uma bola (1x0) sem concorrência.

Uma vitória que tem um outro sabor pois foi diante do campeão nacional em título, que na noite de ontem, deu uma boa réplica valorizando a conquista do Costa do Sol. Se na Bíblia, quando Deus faz uma promessa há alguém, logo depois vem as lutas, o canário também precisou de enfrentar muitas lutas para ver a "profecia" de Nelson e seus Santos cumprir-se.

Na partida deste sábado, foi preciso recorrer ao prolongamento para se encontrar o vencedor, depois de um empate sem abertura de contagem durante o tempo regulamentar, período este que esteve equilibrado com algumas oportunidades para cada lado, mas os avançados não acertavam no alvo.

Os atacantes das duas equipas pecavam no último remate, as vezes chutavam para o "mercado grossista do Zimpeto, e em outras ocasiões mandavam a bola para Marracuene", deixando os adeptos a beira de um ataque de nervos, e alguns saltavam como se tivessem molas nos pés.

O árbitro deu por terminada a partida, e porque tinha de haver um vencedor, foi se ao prolongamento, mais trinta minutos de futebol. Neste período o Costa do Sol encostou o seu adversário as "cordas". Se Moisés foi o escolhido por Deus para libertar o povo hebreu da escravidão no Egipto, e conduzi-lo a terra prometida, Isac foi o "escolhido" pelos Santos do "vidente" Nelson, para quebrar o jejum de títulos e conduzir os canarinhos a festa há muito anunciada.

Aos 115 minutos, quando muitos já começavam a pensar na marcação das grandes penalidades, Isac não usou o cajado como Moisés, mas sim o seu pé, para desferir um potente remate que fez balançar as redes da baliza de Swini, e fez o Zimpeto explodir de alegria, e devolvendo o sorriso aos adeptos canarinhos.

E porque já não havia muito tempo por jogar o Costa do Sol, geriu o resultado até ao apito final do árbitro. E a profecia de Nelson Santos cumpriu-se!

O Costa do Sol regressa assim as grandes conquistas, e com elas, as competições africanas, pois vai representar o país na Taça Nelson Mandela.

Autor Feliz Mangane @ Folha de Maputo